Nuno Crato em Entrevista ao Público

Amanhã será publicada uma entrevista com o ministro da educação no jornal "Público" em que algumas verdades vão magoar os "velhos do Restelo". Sem dúvida que estamos a falar de um tema central para o futuro do país. Muitos dos profissionais vêem na educação uma profissão, quando a deviam ver como uma missão. Vou aguardar pelas novidades de amanhã.

O que fazer - Parte I

25% nos Depósitos a Prazo

O total de depósitos a prazo em Portugal ascende a 125 mil milhões de euros. Caso o governo português pretendesse que toda a população e todo o tipo de rendimentos fossem sujeitos ao esforço nacional, poderia elevar para 25% a taxa de IRS que incide sobre este tipo de aplicações. Esta subida de 3,5% ia representar mais 150 milhões de euros em impostos.

IVA no Recibo

Actualmente todos os contribuintes que emitem uma factura estão obrigados a sujeitar todos os valores indicados à taxa de IVA que se aplica em cada caso. A factura é emitida e posteriormente o IVA cobrado deve ser entregue ao estado conforme o regime que se aplica. Muitas empresas pagam o IVA mesmo antes de a factura ser cobrada ao clientes, isto porque o prazo médio de pagamento (PMP) em Portugal bate todos os recordes europeus.
Como tal, seria expectável que o Estado, pretendesse a liquidação do IVA por parte dos emitentes, no momento do pagamento da factura e emissão do respectivo recibo.
Vejamos o que se passa na distribuição alimentar. As grandes cadeias de hipermercados só vendem contra pagamento, ou seja, o consumidor só pode comprar se apresentar um meio de pagamento que permita ao vendedor receber o seu dinheiro naquele momento. Quando as cadeias de distribuição alimentar liquidam IVA com o Estado, já receberam todos os valores em causa. Se toda a organização económica do país funcionasse desta forma, havia mais liquidez e mais consumo. No entanto, não é isso que se verifica, bastando analisar o exemplo das mesmas cadeias de distribuição alimentar, quando estas são o comprador. Os PMP das empresas donas dos supermercados e hipermercados do país são bastante alargados, não sendo muitas vezes respeitados as datas de vencimento das facturas, sendo que toda a situação é suportada pelos fornecedores, que muitas vezes são PME ou pequenas empresas familiares, que apesar da sua menor dimensão, representam um elevado número de auto-emprego.
O Estado como regulador económico devia criar mecanismos para alterar este paradigma. As PME (micro, pequenas e médias) representam mais de 95% dos postos de trabalho no país, logo devem ser protegidas e incentivadas.

Reformas dos Políticos
Anualmente são gastos cerca de 9 milhões de euros em pensões vitalícias com políticos. Como não existem políticos profissionais no nosso país, não percebo o porquê dos mesmos receberem uma pensão. Todos eles têm outras actividades remuneradas e em muitos casos depois de abandonarem os cargos políticos conseguem duplicar, triplicar e até acrescentar um zero ao seu salário anterior. Estas pensões deviam ser cortadas na totalidade ou atribuídas nos casos em que o ex-governante não apresente qualquer outro rendimento superior a 3 vezes o salário mínimo. Como nenhum está dentro destas condições, o estado iria poupar 9 milhões de euros todos os anos.

Limite nas Reformas
Se o estado português utiliza-se um tecto máximo para as reformas pagas pela segurança social no valor de 1.500€/mensais vezes 14 meses e mesmo que aumentasse o valor minímo de qualquer reforma para o valor do IAS, o estado pouparia mais de 200 milhões de euros.
Além desta poupança, veríamos como provável o aumento do consumo generalizado nos reformados, bem como um aumento da sua predisposição para poupança. Estes aumentos seriam por cabeça.

Cristiano Ronaldo não dá para Olheiro

Em entrevista ao jornal desportivo espanhol "AS", Roberto, ex-jogador do Benfica, disse que Cristiano Ronaldo teve alguma influência na sua contratação pelo clube português. Segundo o próprio, o jogador do Real Madrid deu boas indicações aos responsáveis do Benfica.
Já é mau sabermos que os responsáveis do Benfica pedem indicações ao Cristiano Ronaldo, jogador que curiosamente só defrontou uma vez o guarda-redes espanhol. Péssimo é perceber que o Ronaldo "aprovou" a contratação com distinção.

Viva Loukanikos

Hoje e amanhã, cumprem-se 48 horas de greve geral na Grécia. Preve-se que esta seja a maior jornada de luta do povo grego. Loukanikos já está preparado para mais um protesto. O cão manifestante sabe de que lado está a razão e é rei entre manifestantes! Força amigo! Na minha casa estamos contigo!

Zero de Ideias, Zero de Criatividade e Zero de Diferenciação

Na conferência promovida pelo "Jornal de Negócios" e "Antena 1", Álvaro Santos Pereira levantou o véu sobre o aumento de recursos que o ministério da economia terá ao dispor para o ano de 2012. Pareceu-me uma medida acertada. O discurso do ministro deu-me cabo da esperança. Santos Pereira propõe mais do mesmo, ou seja, mais programas de investimento iguais aos que se iniciaram à 10 anos atrás e que nunca trouxeram frutos, bastando avaliar o estado das empresas que acederam a esses programas. Um ministro que escreveu um livro tão simples, mas com tanto conteúdo válido (Portugal na Hora da Verdade) traz agora zero de ideias novas, zero de criatividade, zero de diferenciação. Fiquei desapontado, principalmente, porque acreditava (talvez ainda acredite) nele.

Eles ajudam...

O OE já foi esmiuçado e nem vale a pena falar nisso. Vou centrar-me nas variáveis controláveis e incontroláveis deste plano de execução.
As variáveis que podem ser definidas (impostas) pelo governo estão todas elas previstas e trabalhas. Se correctas ou não, veremos como será a execução fiscal dos próximos dois anos. Apesar de grave se houver falhas nas previsões, nada chega ao descalabro da análise das variáveis incontroláveis, onde o nosso governo espera que a Europa cresça, que os EUA cresçam e que tudo tenha um final feliz. Não podemos viver e querer implementar uma estratégia que tem por base as acções de terceiros.

Lixo na Baixa

A baixa do Porto foi revitalizada nos últimos anos, com o aparecimento de inúmeros bares que trazem movimento de pessoas e de dinheiro. Mais licenças, mais consumo, mais emprego, mais riqueza, mas também, dizem os moradores, mais lixo no fim de cada madrugada. Uma situação que não foi devidamente acautelada pelos proprietários dos bares e pela autarquia. Exige-se medias simples que coloquem aquele espaço 24h/dia funcional.

Quem canta na manif?

Hoje, decorreu a grande manifestação dos indignados em todo o mundo. O que muda? Nada! Exactamente zero. Tal e qual como sempre.
Em Lisboa cantou-se Grândola Vila Morena, penso que em homenagem aos 37 anos de democracia, de roubo, de pilhagem aos cofres do estado e de queda de todos os valores humanos e sociais. Será que estes palhaços ainda não perceberam que o pior que nos aconteceu é o desgoverno da democracia, cheia de parasitas políticos? Enquanto esta esquerda medonha e que cheira mal continuar com este género de cânticos e ideias inspiradas na pior madrugada de Abril que este país conheceu, todos aqueles que têm força e capacidade para mudar o rumo (onde eu me incluo) vão continuar nas suas casas, trabalhando mais horas, pagando um valor exorbitante de impostos e continuando o seu caminho de progresso.
Coloquem o nome correcto na ponte sobre o Tejo e aparecem pessoas competentes para vos governar.

Cortar, cortar, cortar...

A palavra de ordem "cortar" que devia estar a ser empregue desde sempre na máquina do estado e em todas as máquinas privadas que vivem sob o orçamento do estado através de subterfúgios, seja por via das parcerias público-privadas ou através de ajustes directos, continua a deixar aos pedaçinhos as famílias portuguesas, aqueles que trabalham e querem criar riqueza pessoal e para a sociedade.
Nenhum governo tem legitimidade para aplicar as medidas que Passos Coelho pretende, quando existem empresas privados que vivem porque o Estado Português existe. Mota-Engil, Ascendi, Brisa, entre outras, têm os contribuintes como principais financiadores. Não contentes, ainda somos os seus melhores clientes, porque concorrência como devia de existir é um chão que nunca deu uvas para estes lados.


Estou convencido que este governo prepara a sua saída. Penso que desta vez o povo não vai ficar por umas marchas na rua que acabam em concerto dos "Homens da Luta".

E Portugal Perdeu

Ontem fizemos uma exibição fraca, sem colectivo, sem união. 4-0 teria sido um resultado mais justo. Parabéns ao Nani e ao Patrício. Não posso deixar de me lembrar do texto que escrevi horas antes do jogo. As diferenças eram visíveis e iam fazer-se notar. Errámos em tudo: tecnicamente, tacticamente e na comunicação.

Comunicar em Futebol - Vitória ou Derrota

Portugal joga hoje uma importante cartada para o apuramento. A última. Questões técnicas e tácticas à parte, focalizo o meu raciocínio na comunicação, que ganha cada vez mais importância no futebol. É mesmo um elemento diferenciador em alguns casos de vitórias e/ou derrotas, pelos efeitos motivacionais que abrange. Entre as duas selecções que hoje se defrontam existem diferenças enormes nesta componente. Portugal tem os seus jogadores fechados numa união que parece coesa. A Dinamarca optou por dar liberdade aos jogadores no contacto com a imprensa dois dias antes do jogo. No discurso de qualquer elemento daquela selecção está presente a maior capacidade de Portugal, a qualidade individual dos jogadores, a experiência em grandes confrontos internacionais (selecção e clubes), etc. Todos aqueles jogadores e elementos da equipa técnica tiveram a oportunidade de encher o saco português e esvaziar o discurso dos jornalista do seu país e a própria cobrança dos adeptos.
Aqui, gostamos de funcionar ao contrário, pensando que os nossos não lêem notícias, não passam os olhos na net e não são contactados por telemóvel.
Hoje, estava previsto um passeio dos jogadores nacionais pelas ruas de Copenhaga. Foi cancelado. Alegaram frio e excitação em volta dos jogadores por parte dos dinamarqueses. Quando foi marcado o passeio não sabiam do frio? Excitação? Isso é mau? Às vezes dou aulas em que tenho alunos muito excitados em torno de determinadas temáticas. Motiva-me e coloca-os do meu lado se eu estiver no caminho das suas expectativas. Acontece comigo e com qualquer outra pessoa que goste da sua profissão. Pergunto-me será que somos diferentes dos jogadores de futebol?

Economia em carris

Sinceramente, ainda não li com detalhe todas as propostas do ministro da economia para o sector dos transportes. Além disso, parece que nem o plano foi apresentado, porque não estava aprovado pelo conselho de ministros. Apesar de tudo isto, será que é o momento para os sindicatos destes sectores estarem tão revoltados? Relembro que é um sector em que os benefícios não se ficam só na mão dos administradores. Vou voltar a este tema ainda esta semana, dissecando razões e posições.

O Jardim do Alberto João

A Madeira continua a ser, tal como era expectável, o jardim para Alberto João. O carismático líder do PSD local volta a ter maioria absoluta, embora que beliscada pelas quedas significativas na votação e no número de deputados. Alberto João terá um reinado curto desta vez. As condicionantes governativas que incontornavelmente vão surgir e por consequência vão impedi-lo de governar para fazer as "pessoas felizes", serão o motivo para sair de cena. Assim veremos.

RIP - Steve Jobs

O noticiário da manhã deu-me a novidade. Jobs faleceu. Uma perda com um peso incalculável para a APPLE, para a evolução tecnológica e para o Mundo. O Marketing também perde e de que maneira. Jobs era um visionário.
Nem sempre deu os passos correctos na gestão, mas desde cedo ele percebeu que a sua habilidade estava destinada para outros fins.
Jobs conseguiu, a partir do lançamento do IPhone, fazer com que a APPLE atingi-se um ponto fulcral e ímpar, que mais nenhuma empresa o conseguiu fazer até hoje, pelo menos à escala mundial. O fundador da APPLE, NeXT e Pixar, soube tocar em dois pontos que privilegiam qualquer marca junto do consumidor: espiritualidade e sentimentalismo. Jobs percebeu que vender vai muita além de um produto, uma necessidade, uma empatia, uma responsabilidade social, etc. Vender significa fazer parte do coração, da mente e da vida.

Viva a Saúde

É uma falta de respeito para com os contribuintes e principalmente para com os utentes lesados pelo caso dos médicos costa-riquenhos que continuam sem poder exercer a sua profissão devido à falta de um documento. Uma burocracia, "criada" pela ordem dos médicos. Estão aprovados por todas as entidades, são conhecedores de todo o protocolo usado em Portugal, no entanto sem aquele papel "verde" estão incapacitados. Nem comento a atitude da ordem dos médicos. É comandada por um mercenário ao dispor dos laboratórios farmacêuticos, aliás como a esmagadora maioria dos seus pares. Uma palavra para o ministério da saúde. Quem é que está com medo de autorizar a inclusão destes médicos no local de trabalho que lhes estava destinado. E porquê esse medo?

O Fugitivo

Esta semana, soubemos da extraordinária eficácia da nossa Polícia Judiciária (PJ) que 33 anos depois conseguiu localizar o fugitivo norte-americano George Wrigth (naturalizado português Jorge dos Santos). Jorge, não andava fugido. Vivia no nosso país. Era casado, tinha contribuinte, bilhete de identidade, carta de condução e passaporte português. Mesmo assim, não foi fácil deter o homem.
Uma história que nem me parece justa, mas que pior que isso revela a falta de inteligência dos homens da PJ. Trinta e três anos depois? Detectaram-no por engano, quase de certeza, ou ao abrigo de um cruzamento de dados fortuito. Seria mais plausível terem feito vista grossa.

Mais uma Manifestação

Aí vai mais uma manifestação, mais um dia perdido para o povo, mais um dia ganho para as rodoviárias e empresas de transporte. Mais uns euros para as concessionárias de auto-estradas. Nada de novo para o governo, seja ele qual for. Marcou-se uma "semana de luta" preenchida de greves no fim deste mês. Dezembro vai ser mais auspicioso a esse nível, pois o corte no subsídio de Natal vai trazer mais revolta. Revolta sem sumo, sem nada de novo, tal como hoje.
Que grande negócio são os sindicatos. Se realmente quisessem alterar alguma coisa, apelavam aos militares e não aos partidos, sejam eles de esquerda ou de direita. Assim não vamos lá.