Os dois directores dos jornais económicos, diários e pagos, envolveram-se nos últimos 2 dias numa troca de acusações em que ambos perdem e sinceramente só ganha o mercado mexerico.
Tudo aconteceu após a publicação dos "novos" dados da APCT, em que reduzia substancialmente o número de vendas totais diárias ao Diário Económico. Segundo a auditoria da APCT, o referido jornal não tem explicação documental para uma média superior a 5.000 exemplares diários em vendas em bloco. Além de estranho é grave.
Parece-me inequívoco que a direcção do jornal devia de saber por onde param um tão grande número de exemplares. Não sabe. Todos os interessado por esta área e mais atentos, sabem onde eles estão. São distribuídos gratuitamente em bancos, centros de congressos e hotéis. Não é justo. quando se é pago e se reivindica esse direito, a direcção do jornal assume um compromisso com todos os leitores, anunciantes e público em geral. Se se paga não se dá.
Se é pago e se oferece, estamos a deturpar o mercado e todas e quaisquer análises de vendas ou de audiência. Isso é errado para os concorrentes, mas principalmente para quem utiliza aquele meio para chegar ao seu público através da publicidade.
Pedro Santos Guerreiro insurgiu-se conta a revelação dos factos, ou melhor, com a contestação do que já quase todos sabiam. Percebo e entendo a revolta quando se é sério. No entanto é muito criticável a atitude que toma, no sentido de trazer para a praça pública uma dança em torno do poleiro, ainda para mais com um artigo no próprio jornal que dirige.
Eu como leitor assíduo dos jornais económicos, bem como das suas páginas online assumo a minha preferência pelo jornalismo independente. Tal como o Pedro Santos Guerreiro menciona, um grupo empresarial independente na área da comunicação social é aquele que está centrado num único core business. Sem dúvida que o grupo Cofina está dentro do perfil, no entanto a independência não se pode ver só por esse prisma. A independência deve ser analisado pelos negócios que envolvem todos os accionistas. Nesse aspecto a Cofina tem o telhado feito com o mesmo material da concorrência.
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